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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Resenha: A Lista de Schindler

 


Sinopse: A história verdadeira deste homem que enfrentou perigos inacreditáveis e sacrificou tudo 
que possuía, colocando em jogo a própria liberdade, para salvar mais de mil pessoas.
Partindo dos testemunhos dos Schindlerjuden - os judeus de Schindler -, Thomas Keneally compôs um romance notável e comovente, que retrata a coragem, a generosidade e a perspicácia de um herói em meio às cinzas do holocausto. Escrito com paixão, mas também com absoluta fidelidade aos fatos, A Lista de Schindler valeu a seu autor o cobiçado Prêmio Booker, da Inglaterra. Levado às telas com grande sucesso por Steven Spielberg, foi eleito o melhor filme de 1993 pela Associação dos Críticos de Nova York e de Los Angeles.
  
  Um homem comum com suas virtudes, mas também defeitos.  É assim que A Lista de Schindle, um romance escrito por Thomas Keneally, descreve Oscar Schindle, um homem que no inicio do Terceiro Reich, antes dos grandes horrores da guerra havia perdido seu interesse pela politica e pelo fervor nacionalista tão divulgado em sua época e com isso acabou se tornando um homem de negócios ao invés de um militar . O livro mostra  como Schindler fundou sua fabrica de utensílios esmaltados conhecida como Emalia, como essa acabou se tornando o refugio de cerca de 1.2000 judeus durante a segunda guerra mundial e como ele conseguiu formar a lista conhecida como 'a lista de Schindler.'
   
   Já havia ouvido falar sobre Oskar Schindle a um bom tempo atrás, na verdade assisti ao filme que é uma adaptação do livro, quando eu tinha uns 8 anos(Nessa idade!?), desde essa época me despertou uma curiosidade de saber  mais sobre sobreviventes do holocausto. E nessas idas e vindas pelo Skoob acabei me deparando com o livro A Lista de Schindle. Logo de cara fiquei curiosa pra lê-lo, pois me veio à mente saber mais detalhes sobre a historia de Schindler e nada como um bom livro pra nos dar uma riqueza de detalhes, pois por mais bem feitas que sejam as adaptações cinematográficas, (nesse caso o filme foi bem fiel ao livro.) alguns detalhes das historias só pertencem aos livros, afinal não da pra incluir tudo né!
   
   O livro é baseado no depoimento dos chamados “judeus de Schidler” e além de mostrar a trajetória que levo Schindler a seu grande feito, mostra as experiências vividas por sobreviventes do campo de trabalho forçado da Plaszow. Encontrei muitas historias surpreendentes de sobrevivência e vez por outra eu parava de ler e digitava no google  o nome de alguém citado no livro, com isso descobri tantas coisas que essa deixou de ser apenas uma simples leitura e virou uma grande pesquisa. De inicio o senário do livro mostra um pouco sobre a vida de Schindler em Ziwttau (Republica Checa), lugar onde ele cresceu, mostra um pouco do seu relacionamento um tanto conturbado com seu pai Hans Schindler e de seu casamento com  Emilie Schindler que era como o casamento de seu pai Hans com sua mãe Franziska Luser.(Quem lê esse livro vai perceber a ironia disso, mas essa não é a única.) Por volta de 1939 Oskar  já esta investindo na criação de sua fabrica de esmaltados e foi até Cracóvia(Polônia), lá passou a instalar sua fabrica. Nessa época a Alemanha estava passando por rápidas mudanças consequentemente a Polônia também, já que estava sobre seu domínio.Em meio a essas mudanças Oskar não se via como um simpatizante do nazismo mas também não o combatia, porem já percebia os efeitos dessas mudanças para os judeus, só não imaginava que aquilo poderia ir tão longe. Ao se dar conta de que as coisas só estão  a piorar ele passa a traçar um plano cheio de ações por ‘debaixo dos panos’ pra tentar burla o sistema, pra isso contou com a ajuda do contabilista Itzake Stern.

“ninguém, com capacidade de raciocinar, poderia deixar de ver o que iria acontecer. E agora eu estava resolvido a fazer tudo em meu poder para derrotar o sistema." – pag. 97.

   Confesso que foi um pouco difícil ler esse livro, pois ele traz uma descrição de muitos cargos e patentes  militares, mas em nome do interessante contexto dos fatos, não desisti. Ao lê-lo me deparei com a natureza irônica dessa historia pois para manter sua fabrica como um refugio para os judeus, Schindler precisa se manter acima de qualquer suspeita quanto a suas  intenções, com isso ele usa todo o seu carisma para fazer amizade com oficiais e comandantes nazistas e todas mantidas por festas e presentes caríssimos da parte de Schidler. Dentre essas amizades( digamos assim.) esta o Untersturmführer (Segundo tenente), Amom Gohet ( só de digitar esse nome me da um arrepio.) que foi o comandante do campo  de Plaszow, lugar onde os prisioneiros eram mantidos em condições sub-humanas e onde muitos eram executados. Todo esse contato com homens influentes, acaba tornando possível que Schindler contrate judeus como empregados de sua fabrica como também os mantenha lá, porem enganar o sistema traz grandes desafios e nada podia ser seguramente garantido quanto a vida dos operários da fabrica. Como o próprio livro mostra, naquela época de guerra

   " a ética era mais tortuosa que a algebra." - pag. 129.

   O livro descreve tão bem Oscar Schindle que ao ler facilmente conseguia visualiza-lo, seu jeito elegante e calmo por fora, porem por dentro já era outra historia, sua capacidade de persuasão  que o mantinha em alta estima por aqueles militares.Mas não pense que era tudo tão fácil assim, a vários momentos tensos afinal lidar com aqueles homens era com andar num campo minado, nunca se sabia quando tudo poderia ir pelos ares.Tanto a narrativa sobre Schindler quanto a de historias paralelas vividas por outras pessoas causam um certo suspense,  pois não importava  o quão obediente a pessoa fosse ou quão talentosa fosse em suas habilidades de trabalho no campo, sua vida estava sempre por um fio. Dentre as muitas historias paralelas uma das que me mais me garantiu momentos tensos foi a de Josef Bau, pois certo dia ele estava...Achou que eu ia contar, claro que não você terá que ler pra descobrir.

  Enfim acho que já falei de mais!Esse livro teve um grande impacto sobre mim e embora tenha demorado a termina-lo com certeza valeu a pena lê-lo até o fim, achei interessante como Thomas Keneally  teve o cuidado de não transmitir nenhum relato inverídico e por vezes ao descrever certas situações reconhece que algumas historias  não podiam ser incluídas de forma precisa, pois algumas tinham varias verões diferentes relatadas pelos sobreviventes.Sei que já se tornou um clichê entre os que leram citar a frase que irei citar agora, mas ela mostra a essência dessa historia e que em tempos difíceis um coração bom de verdade, mesmo sem saber  se realmente vai conseguir, não abri mão e nem mede esforços de tentar fazer o que estiver a seu alcance para preservar
vidas seja de 1.000, de 100 ou de 10, pois...

                            "Aquele que salva uma só vida salva o mundo inteiro."

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